sábado, 29 de dezembro de 2012

Boas adaptações: The Reivers

Nessa semana assisti The Reivers, adaptação de Mark Rydell do livro homônimo de William Faulkner.

Apesar de ter dado a Faulkner um Pulitzer póstumo, The Reivers é considerado uma de suas obras menores, junto com Santuário e Uma Fábula, que curiosamente foi considerado por ele como uma de suas obras-primas, nele gastando cerca de uma década para finalizá-lo.

Polêmicas à parte, The Reivers é um divertidíssimo road movie, transpondo de forma bastante fiel o ambiente e o clima do livro. Foi uma ótima experiência ver muitos dos personagens que estão em várias das obras da literatura faulkneriana. Boon Hogganbeck, Ike McCaslin, Doutor Peabody, que nesse filme parece saído diretamente de um conto de Nelson Rodrigues, e principalmente, poder ver um pouco do condado de Yoknapatawpha.

A história se passa na primeira década do século XX. Lucius Priest(Mitch Vogel) é neto de Boss(Will Geer), um rico e importante cidadão de Jefferson, que compra um invejado Winton Flyer, que logo se torna o objeto da paixão de Boon(Steve McQueen), um empregado de Boss que passa a gastar seu tempo a admirar e polir o carro do chefe.

Esse é O carro.
Um dos parentes de Boss morre, de modo que a família de Lucius irá ficar fora durante alguns dias para o funeral. Com isso Boon tem apenas de convencer o garoto à ir com ele a Memphis, o que foi até fácil, para encontrar sua prostituta favorita, a bela Corrie(Sharon Farrell).

E essa é A prostituta.




Com isso, seriam dois palitos para ir a Memphis, tirar o atraso e voltar antes que Boss chegue. Só que Boon não contava com seu fiel rival Ned McCaslin, primo distante de Boss para estragar a festa.

Boon, Ned e Lucius, nas curvas da estrada de Memphis


Sem mais spoilers só resta dizer que The Reivers tem elementos muito legais. Brigas com trilha sonora de banjo, um atoleiro que gera dólares, um jantar até que bem comportadinho no puteiro na whorehouse de Miss Reba, uma corrida de cavalos roubada e muita diversão.

Com tudo isso, ainda ganhamos de brinde uma bela história sobre o fim da infância e a perda da inocência, vista pelos olhos de Lucius. Recomendadíssimo, tanto o livro, que pode ser uma porta de entrada mais acessível ao condado de Yoknapatawpha e ao mundo de Faulkner, quanto o filme, que é muito bom.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Lista de compras: Laranja Mecânica

A edição especial de 50 anos do Laranja Mecânica ficou ótima. Cheia de extras, capa dura, ilustrações de Angeli(Os Skrotinhos e Walter Ego), Dave McKean e Oscar Grillo, reprodução de seis páginas originais de Burgess, uma entrevista, artigos e ensaios de autor inéditos em português.

Quando vi na livraria, logo fui conferir. Só não gostei do papel liso, pois amassa muito e cria vincos com facilidade.

Tirando isso é uma ótima aquisição para a biblioteca. Está meio caro, então vou aguardar um pouco antes de comprar.

Ainda não o li, mas o filme, estrelado pelo excelente Malcolm 'Caligula' McDowell, em um de seus melhores papéis, dirigido pelo grande mestre do cinema Stanley Kubrick, é uma experiência grandiosa e perturbadora.

Tenho uma grande frustração: ter visto os posters do cinema por várias semanas, sem poder entrar para assistir.

Dizem que rolou uma treta entre Kubrick e Burgess, pois o diretor fez o filme baseado na edição americana do livro, na qual faltava o último capítulo, causando, segundo o autor, um final para a história totalmente deturpado.

The book I am best known for, or only known for, is a novel I am prepared to repudiate: written a quarter of a century ago, a jeu d’esprit knocked off for money in three weeks, it became known as the raw material for a film which seemed to glorify sex and violence. The film made it easy for readers of the book to misunderstand what it was about, and the misunderstanding will pursue me till I die. I should not have written the book because of this danger of misinterpretation.

Enquanto fico rassudocando se devo ou não comprá-lo, assistam uma das icônicas cenas de ultraviolência do filme. Com vocês, Alex, interpretando "Singin' in the Rain".


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Amazon já está no Brasil

Como quem não quer nada, busquei hoje no Google: Amazon no Brasil. Qual não foi minha surpresa de que o site já estava online.
Finalmente a Amazon chega ao Brasil. Bem, mais ou menos. Por enquanto só temos ebooks e o Kindle... Bem, o Kindle chega nas próximas semanas com o preço sugerido de R$299,00.

Meio caro, mas já que a Amazon.com está tributando tudo e a Amazon britânica não entrega o Kindle no Brasil ficamos reféns, ou então quem tem a sorte de ter um portador pode comprar lá fora um modelo melhor bem mais barato.

Essa foi uma resposta meio tímida à iniciativa da Livraria Cultura, que já tem o Kobo Touch por R$400,00. O bom foi que aparentemente tivemos uma pequena melhora nos preços, já que tenho visto o Kindle Touch usado sendo vendido por R$500,00 sem o frete.

Agora, de minha parte fica uma dúvida: Qual é o melhor custo-benefício?
Quem souber, comenta aí, que por enquanto eu vou lendo no bom e velho papel.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Motivos para visitar Dublin

De início achava que Dublin não era uma das capitais da Europa que eu gostaria de visitar. Mas após ler Ulysses mudei de ideia.

Além do óbvio tour do Bloomsday, comprar sabonete de limão na Sweny's, podemos também tentar resolver o problema proposto por Leopold Bloom:

Um bom quebra-cabeça seria atravessar Dublin sem passar por um pub.

Mas pra mim, o ápice do passeio seria visitar a biblioteca do Trinity College. Dá pra imaginar as maravilhas que estão espalhadas nessa imensidão de papel?


Impressionante. Se no sebo da esquina que não tem 100 metros quadrados posso passar muito tempo olhando os livros, imagine nessa biblioteca. Talvez nunca mais saia.

Definitivamente, eu quero ir a Dublin.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Jakob, O Mentiroso

Jakob Heym morava no gueto. Dele mesmo, só tinha o momento presente. Os gritos das sentinelas, os pesados caixotes e a sopa rala, era o que fazia o dia passar.

De amigos mesmo, só sobrara o Kowalski, que nem sempre queria por perto. Jakob era só mais um judeu no gueto, aquele que tinha um café, que servia panquecas de batata com queijo e cebola, e às vezes bebidas alcoólicas escondido, já que ele não tinha licença.

Por acaso, Jakob tem acesso à notícias sobre o que acontece fora do gueto. Os russos estão chegando. Mas ninguém iria acreditar como ele ficou sabendo.

Então ele inventa um rádio. Sim, inventa, porque seu rádio não existe.
Jakob deixa de ser uma pessoa comum para ser o dono do rádio, o arauto das coisas que ocorrem fora dos muros. Só que isso custa o pouco de paz que ele tinha.

Escrito em 1969, pelo polonês naturalizado alemão Jurek Becker(1937-1997), que foi um sobrevivente do Holocausto, sendo prisioneiro no gueto de Lodz, tal como o protagonista.

O gueto de Lodz foi o segundo maior da Polônia e o último a ser liquidado nesse país, devido a sua alta produtividade de bens e serviços para o exército nazista. Seus prisioneiros foram enviados para o extermínio em Chelmno e Auschwitz em agosto de 1944.

Daí pra lá, são minhas opiniões sobre o livro.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O Talentoso Ripley

Tom Ripley era um golpista barato de Nova York, que vivia de pequenos crimes, morando de favor na casa de um ou outro conhecido. A próxima semana era o máximo que ele tinha de perspectiva de futuro. Até que o milionário Greenleaf aparece para mudar sua vida.

Com um convite irrecusável para viajar à Europa, Greenleaf propõe a Ripley que tente convencer seu filho Richard a voltar para a América e ser o seu sucessor nos negócios.

Trazer Dickie de volta não deveria ser fácil. Mas ir à Europa de graça e ter alguns meses de tranquilidade com a possibilidade de nunca mais voltar pesaram em sua decisão de ajudar o Sr. Greenleaf.


Chegando lá, Ripley percebe que essa pode ser a oportunidade de sua vida.

Esse é o primeiro dos livros da Riplíada, conjunto dos cinco livros que contam a história desse talentoso golpista, falsário, etc.
Junto com O Talentoso Ripley, a talentosa Patricia Highsmith escreveu o Ripley Subterrâneo, O Jogo de Ripley, O Garoto que seguiu Ripley e Ripley debaixo D'água.

Depois de lê-lo tive a certeza de que Miss Highsmith merece um bom meio metro de minha estante.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Lista de compras

Quando tenho pouco dinheiro, compro livros; se sobrar algum, compro roupas e comida.
Erasmus de Rotterdam.

Não chego a tanto, mas gasto bastante com livros. E tenho até uma pequena lista de próximas vítimas.

  • Viagem ao Fim da Noite - Céline
  • O Intruso - Faulkner
  • Paralelo 42 - Dos Passos
  • A Chave de Vidro - Hammett
  • Bartleby, o Escriturário - Melville
  • Uma Fábula - Faulkner
  • O Capote e Outras Histórias - Gógol
  • A Dama do Cachorrinho e Outras Histórias - Tchekhov
  • Pedra Bonita - Lins do Rego
  • Satã em Gorai - Singer
  • A Vida Como Ela É - Rodrigues

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Porque os livros antigos cheiram tão bem?


Os livros antigos tem um cheiro bem característico, que alguns, como eu, adoram e outros detestam. Particularmente o associo ao odor do AAS infantil. De tão marcante, foi criado o Paper Passion, baseado nessa fragrância tão especial.



De acordo com alguns químicos, ele vem da interação entre os produtos químicos da tinta e do papel, reagindo ao calor, à umidade e à luz, liberando para o ar centenas de compostos orgânicos, resultando numa mistura de notas de relva, ácidos e baunilha.


O pessoal da AbeBooks fez um vídeo muito bom sobre esse assunto. O sotaque é da Inglaterra, mas dá pra acompanhar legal.



domingo, 11 de novembro de 2012

Philip Roth se aposenta

E perdemos mais um grande autor. Philip Roth, 79 anos, autor de 'O Complexo de Portnoy', 'Operação Shylock' e de diversos outros romances, anunciou mês passado em uma entrevista ao Les Inrocks que iria se aposentar.
To tell you the truth, I’m done.
Aclamado autor americano de origem judaica, desde 1960 vem acumulando os mais diversos prêmios literários, como o National Book Award, PEN/Faulkner Award, Pulitzer, Man Booker e outros.

Ele disse que aos 74, ao perceber que estava ficando sem tempo, releu todos os seus livros e os releu novamente na ordem cronológica inversa, para saber se tinha desperdiçado seu tempo escrevendo.

Citando o pugilista Joe Louis, ele disse que fez o melhor que pode com o que tinha, e agora não quer mais escrever, nem ler, pois já não sente o fanatismo de escrever o que tinha vivenciado.

Nêmesis é seu último livro publicado.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Top ten da minha biblioteca

Essa lista está longe de ser a definitiva e vai mudar várias vezes, de acordo com o meu humor do momento e com o que for lendo a partir de hoje. Não há uma ordem. O fato de Zorba, o Grego estar em primeiro lugar não significa que que goste mais dele que de Shosha, ou de qualquer outro da lista.
  • Zorba, o Grego
  • A Rebelião dos Anjos
  • Admirável Mundo Novo
  • 1984
  • Shosha
  • Luz em Agosto
  • Absalão, Absalão!
  • Ulysses
  • A Ilha
  • O Cristo Recrucificado

sábado, 3 de novembro de 2012

Projeto Yoknapatawpha

Há muito tempo, venho trabalhando nesse projeto, que consiste em adquirir e ler todos os romances de William Faulkner. Possivelmente irei ler o Portable Faulkner direto do inglês, se a Penguin-Companhia não fizer a fineza de editá-lo por aqui.

A estilo de Faulkner é fascinante e desafiador. Sua estrutura é bem diferente da usual, sendo dignos de nota o uso de fluxo de consciência, a narrativa não-linear, múltiplos narradores, que foi magistralmente usado em 'Enquanto agonizo', de 1930, onde cada um de todos os Bundren contam a história a partir de seu próprio ponto de vista.

Outra característica é o retorno de personagens. O advogado Gavin Stevens, um dos protagonistas da trilogia Snopes, também aparece em 'O Intruso'. Quentin Compson é o protagonista de um capítulo de 'O Som e a Fúria' e é o narrador de 'Absalão, Absalão!'.

O caso mais icônico é o de Boon Hogganbeck, na novela 'O Urso', publicada em 1942 no livro 'Desça, Moisés.'

Mas Boon nunca agiu de tal maneira, nunca precisou; o menino sabia que ele jamais o faria, embora há quatro anos Boon tivesse disparado um revólver que pegara emprestado contra um negro em uma rua de Jefferson, alcançando o mesmo resultado que obtivera ao atirar cinco vezes consecutivas em Old Ben no outono passado .

Esse trecho de 'o Urso' descreve exatamente onde começa a história em 'Os Desgarrados', último livro do autor, publicado em 1962. Além desses dois, Boon aparece em 'A Cidade', segundo livro da trilogia Snopes.

Mapa do condado de Yoknapatawpha, segundo o autor.


A quase totalidade de seus romances se passam no mítico condado de Yoknapatawpha, que é a representação do Sul dos Estados Unidos, neurótico e poieirento, ainda sofrendo com a derrota na guerra civil. Essa aristocracia falida tem seu principal retrato em 'O Som e a Fúria', de 1929.

Segue a lista do projeto:

  • Paga de Soldado (1926)
  • Mosquitos (1927)
  • Sartoris (1929)
  • O Som e a Fúria (1929)
  • Enquanto agonizo (1930)
  • Santuário (1931)
  • Luz em agosto (1932)
  • Pylon (1935)
  • Absalão, Absalão! (1936)
  • Os Invencidos (1938)
  • Palmeiras Selvagens (1939)
  • A Aldeia (1940)
  • O Intruso (1948)
  • Réquiem por uma Freira (1951)
  • Uma Fábula (1954)
  • A Cidade (1957)
  • A Mansão (1959)
  • Os Desgarrados (1962), também nomeado no Brasil como 'Os Invictos'
Além dos romances acima, Faulkner escreveu muitos contos e novelas, publicadas em coletâneas, que serão adicionados à lista posteriormente.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Boas adaptações: 2001


Nesse caso especial, livro e filme podem ser considerados complementares, pois após a leitura do livro, trechos obscuros do filme são melhor assimilados. Da mesma forma, o filme mostra diversos detalhes que não poderiam ser descritos por algo além de imagens.

Você pode escrever que o monólito, o Sol e a Lua estavam perfeitamente alinhados, ou então mostrar a cena abaixo:


O impacto é bem maior, pelo menos em minha opinião.

Stanley Kubrick foi bem mais detalhista que Arthur C. Clarke em sua versão da história. Basta verificar que o livro de cerca de 200 páginas virou um longa de quase 2 horas e 40 minutos, com apenas 40 minutos de diálogos, dando a entender que as imagens juntamente com a trilha sonora são as reais responsáveis por apresentar e desenvolver o clima do filme.

Assistir ao filme sem o apoio do livro pode ser um pouco frustrante, já que Kubrick não se importou em momento algum em dar maiores explicações, de modo que se alguém tivesse entendido completamente o filme, ele teria considerado o filme um fracasso, já que ele se propôs a levantar mais perguntas do que fornecer respostas.

Soa até como audácia eu escrever algo sobre esses dois ícones da FC. Então, leiam o livro, assistam ao filme e tirem suas próprias conclusões.

Fusão: Penguin e Random House

Após a compra de 45% da Companhia das Letras pela inglesa Penguin Books, haverá mais uma fusão no mercado editorial. A Random House, controlada pela alemã Bertelsmann anunciou a sua fusão com a Penguin Books. A empresa alemã controlará 53% contra 47% da editora inglesa.

O faturamento anual da Random House é de £1.5 bilhão, enquanto a Penguin movimentou £1 bilhão no ano passado.  Com a aprovação das autoridades regulamentadoras, eles esperam fechar o negócio no segundo semestre do próximo ano.

As duas editoras estão entre as seis maiores, cuja fusão deverá criar o maior grupo editorial do mundo.

Thomas Rabe, chairman da Bertelsmann, afirmou que a fusão pode aumentar a presença do grupo na Índia, China e Brasil.

Fonte: The Guardian.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A farmácia de Ulysses

Melhor mandar fazer aquela loção. Onde é que é? Ah é, da última vez. A Sweny's da Lincoln Place. Os farmacêuticos raramente se mudam. Aqueles potõesfaróis verdes e dourados são pesados demais pra levar.
Joyce não tinha ideia de como estava certo. Em 16 de junho de 1904, Leopold Bloom vai a uma farmácia, encomenda uma loção para sua esposa Molly e compra um sabonete de limão, que o acompanha durante todo o dia. E a farmácia ainda existe.


A Sweny's de hoje é mantida por voluntários e ainda é como era na época em que Ulysses foi escrito. Além da venda de sabonete de limão, de livros usados e algumas antiguidades, de segunda a sábado os joyceanos se reúnem para ler Finnegan's wake, Dublinenses e Ulysses.

O deserto dos tártaros


O livro de Dino Buzzati, publicado em 1940, narra as aventuras de Giovanni Drogo, recém-formado oficial do exército, que serve no forte Bastiani, na fronteira norte do país, na margem de um deserto que foi, segundo a crença local, habitado por tártaros.


Antes de sair de casa, apesar de feliz por terminar o curso de oficiais, e sonhando com um futuro brilhante, com batalhas e glórias, Drogo já tem sérias dúvidas se o serviço naquele forte isolado era realmente uma boa ideia.

Sim, agora ele era oficial, teria dinheiro, belas mulheres, quem sabe, olhariam para ele, mas no fundo - percebeu Giovanni Drogo - o tempo melhor, a primeira juventude, provavelmente acabara. Assim , Drogo fitava o espelho, via um débil sorriso no próprio rosto, que em vão tentava gostar.

Ao ser informado que não seria adequado solicitar uma transferência no primeiro dia de serviço, se convenceu que não iria ferir muito seu futuro em aguardar alguns meses e ser transferidos por motivos médicos inexistentes.

O que ele não contava, é que o forte tinha outros planos.

A partir desse ponto, podem haver spoilers.