segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Boas adaptações: 2001


Nesse caso especial, livro e filme podem ser considerados complementares, pois após a leitura do livro, trechos obscuros do filme são melhor assimilados. Da mesma forma, o filme mostra diversos detalhes que não poderiam ser descritos por algo além de imagens.

Você pode escrever que o monólito, o Sol e a Lua estavam perfeitamente alinhados, ou então mostrar a cena abaixo:


O impacto é bem maior, pelo menos em minha opinião.

Stanley Kubrick foi bem mais detalhista que Arthur C. Clarke em sua versão da história. Basta verificar que o livro de cerca de 200 páginas virou um longa de quase 2 horas e 40 minutos, com apenas 40 minutos de diálogos, dando a entender que as imagens juntamente com a trilha sonora são as reais responsáveis por apresentar e desenvolver o clima do filme.

Assistir ao filme sem o apoio do livro pode ser um pouco frustrante, já que Kubrick não se importou em momento algum em dar maiores explicações, de modo que se alguém tivesse entendido completamente o filme, ele teria considerado o filme um fracasso, já que ele se propôs a levantar mais perguntas do que fornecer respostas.

Soa até como audácia eu escrever algo sobre esses dois ícones da FC. Então, leiam o livro, assistam ao filme e tirem suas próprias conclusões.

Fusão: Penguin e Random House

Após a compra de 45% da Companhia das Letras pela inglesa Penguin Books, haverá mais uma fusão no mercado editorial. A Random House, controlada pela alemã Bertelsmann anunciou a sua fusão com a Penguin Books. A empresa alemã controlará 53% contra 47% da editora inglesa.

O faturamento anual da Random House é de £1.5 bilhão, enquanto a Penguin movimentou £1 bilhão no ano passado.  Com a aprovação das autoridades regulamentadoras, eles esperam fechar o negócio no segundo semestre do próximo ano.

As duas editoras estão entre as seis maiores, cuja fusão deverá criar o maior grupo editorial do mundo.

Thomas Rabe, chairman da Bertelsmann, afirmou que a fusão pode aumentar a presença do grupo na Índia, China e Brasil.

Fonte: The Guardian.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A farmácia de Ulysses

Melhor mandar fazer aquela loção. Onde é que é? Ah é, da última vez. A Sweny's da Lincoln Place. Os farmacêuticos raramente se mudam. Aqueles potõesfaróis verdes e dourados são pesados demais pra levar.
Joyce não tinha ideia de como estava certo. Em 16 de junho de 1904, Leopold Bloom vai a uma farmácia, encomenda uma loção para sua esposa Molly e compra um sabonete de limão, que o acompanha durante todo o dia. E a farmácia ainda existe.


A Sweny's de hoje é mantida por voluntários e ainda é como era na época em que Ulysses foi escrito. Além da venda de sabonete de limão, de livros usados e algumas antiguidades, de segunda a sábado os joyceanos se reúnem para ler Finnegan's wake, Dublinenses e Ulysses.

O deserto dos tártaros


O livro de Dino Buzzati, publicado em 1940, narra as aventuras de Giovanni Drogo, recém-formado oficial do exército, que serve no forte Bastiani, na fronteira norte do país, na margem de um deserto que foi, segundo a crença local, habitado por tártaros.


Antes de sair de casa, apesar de feliz por terminar o curso de oficiais, e sonhando com um futuro brilhante, com batalhas e glórias, Drogo já tem sérias dúvidas se o serviço naquele forte isolado era realmente uma boa ideia.

Sim, agora ele era oficial, teria dinheiro, belas mulheres, quem sabe, olhariam para ele, mas no fundo - percebeu Giovanni Drogo - o tempo melhor, a primeira juventude, provavelmente acabara. Assim , Drogo fitava o espelho, via um débil sorriso no próprio rosto, que em vão tentava gostar.

Ao ser informado que não seria adequado solicitar uma transferência no primeiro dia de serviço, se convenceu que não iria ferir muito seu futuro em aguardar alguns meses e ser transferidos por motivos médicos inexistentes.

O que ele não contava, é que o forte tinha outros planos.

A partir desse ponto, podem haver spoilers.