domingo, 21 de abril de 2013

Timeline da palavra impressa

De todas as artes, a literatura é, sem desmerecimentos, a de execução mais barata. Vejam o que disse Faulkner à Paris Review sobre isso:
Segundo minha própria experiência, as ferramentas de que preciso para o meu negócio são papel, fumo, comida e um pouco de uísque.

Com apenas isso ele ganhou um Nobel. Hemingway também ganhou um Nobel com mais ou menos isso aí. A única coisa que ele precisava à mais eram alguns animais selvagens e armas de fogo para matá-los. Cada autor tem suas necessidades, mas vários escreveram obras-primas a beira do desespero e da inanição.

Outras artes dependem de tintas, pincéis, telas, mármore, palcos, platéia, instrumentos musicais, amplificadores, películas em 35mm, cenários, péssimos atores ganhando cachês milionários, extras, de forma que o Ars gratia Artis fica meio prejudicado com todos esses requisitos.

Nada impede de que alguém consiga fazer cinema por conta própria. Clerks está aí para provar, mas...

O fato é: Temos literatura acessível porque temos papel, tinta e máquinas para juntá-los de forma barata e eficiente. Sem isso, estaríamos ainda nas mãos dos monges copistas, que não deixariam a gente ler Nietzsche. Nem Sartre, Kazantzakis, Anatole France, Balzac, Zola e nem um monte de outros ótimos autores.

Você pode dizer que papel é coisa do passado, mas não teríamos livros digitais, da mesma forma que não haveria cinema 3D se não existisse cinema.

Fuçando no reddit, achei essa timeline da história da impressão, que mostra como a tecnologia veio evoluindo desde os carimbos chineses de madeira até as atuais impressoras 3D. Muito interessante e vale uma olhada.

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