sábado, 13 de abril de 2013

Suave é a noite, dura é a decepção

Terminei há pouco Suave é a noite, do Fitzgerald. Sensacional. Com um título baseado em um dos versos de Ode to a Nightingale do Keats. (Não, não li nem lerei Keats, estava citado no livro.)

Fitzgerald nos brinda (e como brinda) com um drama denso com traços fortemente autobiográficos: uma mulher esquizofrênica, amigos inúteis, um casamento conturbado, uma carreira abandonada pela metade, festas enfadonhas e uma atriz que se torna uma amante, tudo isso acompanhado por garrafas e mais garrafas de gin, clarete e vin du pays.

O livro é dividido em 3 partes, com um estilo narrativo tão diferente, que nem parece o mesmo autor.

Na primeira parte, temos a apresentação dos Diver (que nem mergulham tanto assim) e seu pequeno sistema diveano de tipinhos inúteis, orbitando Dick: os North, os McKisco e Tommy Barban. Recém-chegada ao grupo, temos a jovem estrela Rosemary Hoyt, que se oferece à Dick, causando certo desconforto em Nicole Diver.

Achei essa parte um saco, tanto que twitei que estava na página 110 e não estava nem aí para os personagens. Na realidade usei outras palavras, mas deixa pra lá. O único personagem mais um pouco aprofundado nessa parte é a insossa Rosemary, com aquela fixação desgraçada em sua mãe e aquele chove não molha com Dick.

Já a segunda parte, onde os personagens são realmente apresentados, é bem melhor. Nela é narrado o início de carreira de Dick Diver, como ele conheceu Nicole e onde isso tudo foi parar. O alcoolismo já começa a se apresentar e o relacionamento dos Diver já está ladeira abaixo.

Na terceira, temos a derrocada e a grande decepção. Estático, Dick vê sua vida, esse frágil castelo de cartas, desabar em um fragoroso silêncio.



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