Depois de quase ter uma síncope assistindo Laura (1944) do cultuado Otto Preminger, resolvi dar um passo adiante e conferir o filme Bonjour Tristesse, adaptação do best-seller homônimo da Françoise Sagan. Bad idea.
O filme acompanha a história de Cécile, uma menina enjoadinha de 17 anos, com um evidente complexo de Electra, passando as férias na Riviera com seu pai, o putanheiro Raymond
Cécile parece muito à vontade com a galinhagem de seu pai, que tem a bela companhia de Elsa, uma loira hábil com dados e outras coisas. Uma alegria só.
Tudo muda quando uma convidada inesperada chega, a bonita, refinada, antipática e mais chata que uma tortilla da semana passada, Anne. Inesperada, porque o fauno de meia-idade a convidou sem a mínima esperança de que ela viesse a aceitar.
Em questão de dias, a loura e voluptuosa Elsa é trocada pela fria e pasteurizada Anne, que se desvia dos avanços priápicos de Raymond até o dia do casamento.
De início, a nossa pequena insuportável acha uma boa ideia ter a fina, elegante e culta estilista como madrasta, pensando que ela daria finesse e sentido às vidinhas inúteis que eles levavam, bem no estilo da primeira parte do ótimo Suave é a Noite, do F. Scott Fitzgerald.
Pouco depois, a situação embaça. Anne quer que a inútil de sua enteada estudasse, para se formar e sumir logo, e não ficar dando pegas no filho da vizinha, o boca-aberta Philippe.
Daí, ela parte, do alto de seus 17 anos de experiência, a montar um esquema para descartar Anne, com a ajuda do boca-aberta e da interessante ex-amante. Forçado pra caceta.
Vamos combinar: o filme é lento, a guria é chata que dói (o que salva é que ela é muito edificante), o Otto Preminger estava melhor em Laura, etc, etc. O filme parece do Truffaut.
Só assisti mesmo porque queria saber qual a merda que a insuportavelzinha tinha feito para ter tanto remorso.
O que salva o filme é a cinematografia, usando a alternância de sequencias coloridas e P&B como um apoio genial para a trama.
O RottenTomatoes deu 85% para esse filme. Eu não. Mas pra quem quiser se animar (a Cécile anima), tem o trailer (meio tosco) aí embaixo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário