Não sei vocês, mas a falta de livros novos me causam sintomas bem parecidos aos de abstinência de outras substâncias alucinógenas. Irritabilidade em ônibus é uma delas.
Agora há pouco terminei o empolgante A Zona Morta do Stephen King. Ele conta a história de John Smith, o José da Silva dos USA, que após uma pancada na cabeça, um episódio de blue balls devido a um cachorro-quente estragado e uma batida de carro que lhe rendeu um coma de 55 meses, acorda com a capacidade de "ler" os objetos e pessoas, extraindo informações, vendo o passado e prevendo o futuro, não sem diversos efeitos colaterais.
Sendo visto como um santo, profeta, charlatão e embusteiro, não necessariamente nessa ordem, Smith tenta levar a vida da melhor forma possível. Se for contar mais teremos spoiler.
Um livro divertido(Sim, eu consigo dar risadas vendo dramas do Ingmar Bergman), sem grandes pretensões literárias, sendo acessível para qualquer novato que não tenha medinho de encarar suas 600 e tantas páginas na edição de bolso da Objetiva(Não, eles ainda não estão me pagando).
Voltando ao assunto do post: Graças à falta de um livro novo, a viagem de ônibus até o trabalho nunca foi tão longa. Na realidade seria bem mais longa se alguém tivesse tentado falar comigo.(Odeio freetalkers em ônibus, e em qualquer outro lugar. Porque estou parado em algum lugar não é sinal de que eu queira conversar ou conhecer pessoas novas.)
Foi realmente complicado ter de ver TUDO o que estava acontecendo dentro, fora do ônibus, pensar no que tinha de fazer durante o dia, lembrar que esqueci de fazer algo ontem, já era, agora é tarde. E as coisas passando do lado de fora da janela. E eu não querendo vê-las.
Acho que se possível fosse canalizar todo o fluxo de consciência passado nessa viagenzinha de meia hora, dava pra escrever Ulysses II. Tudo culpa de um CEP errado, que atrasou a entrega do livro e furou toda a logística da minha estante.
Agora, deixa eu ir nessa, porque continuo sem livros novos e amanhã tem Ulysses III.
Nenhum comentário:
Postar um comentário