Entremeados em seus contos e romances, existe a dúvida entre os payess e a assimilação, o polonês e o iídiche, a piedade e a apostasia.
Dybbuks existem? E o outro mundo? Deus deu aos justos a vida eterna ou uma vida longa e próspera? Ou nenhum dos dois, já que os canalhas também enriquecem e morrem com cabelos brancos?
E a vida, como a gastaremos? Em meditação e estudo da Tora ou em convívio social. Quase nunca os personagens de Singer vivem no meio-termo. Quando o fazem, são assaltados por suas eternas dúvidas.
Lendo Singer, descobri que tenho um vizinho que é um verdadeiro schlemiel, que não se faz bolsa de seda com orelha de porco, e que aquele cara que parecia legal é um grande schmuck.
A rua Krochmalna, pulsante de vida, habita em muitas de suas obras. Max Barabander, Aaron Greidinger, Shosha, até o próprio Singer e sua família, nos romances autobiográficos passam muitas de suas páginas por ali, sofrendo ou sendo felizes na velha Varsóvia.
Sua obra é magnífica, e fica bem em qualquer estante.
Lidos e recomendados:
- Shosha (o melhor, na minha opinião)
- Breve Sexta-Feira
- Obsessões e Outras Histórias
- O Solar e a Propriedade
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