Jakob Heym morava no gueto. Dele mesmo, só tinha o momento presente. Os gritos das sentinelas, os pesados caixotes e a sopa rala, era o que fazia o dia passar.
De amigos mesmo, só sobrara o Kowalski, que nem sempre queria por perto. Jakob era só mais um judeu no gueto, aquele que tinha um café, que servia panquecas de batata com queijo e cebola, e às vezes bebidas alcoólicas escondido, já que ele não tinha licença.
Por acaso, Jakob tem acesso à notícias sobre o que acontece fora do gueto. Os russos estão chegando. Mas ninguém iria acreditar como ele ficou sabendo.
Então ele inventa um rádio. Sim, inventa, porque seu rádio não existe.
Jakob deixa de ser uma pessoa comum para ser o dono do rádio, o arauto das coisas que ocorrem fora dos muros. Só que isso custa o pouco de paz que ele tinha.
Escrito em 1969, pelo polonês naturalizado alemão Jurek Becker(1937-1997), que foi um sobrevivente do Holocausto, sendo prisioneiro no gueto de Lodz, tal como o protagonista.
O gueto de Lodz foi o segundo maior da Polônia e o último a ser liquidado nesse país, devido a sua alta produtividade de bens e serviços para o exército nazista. Seus prisioneiros foram enviados para o extermínio em Chelmno e Auschwitz em agosto de 1944.
Daí pra lá, são minhas opiniões sobre o livro.
Quando li a sinopse do livro, logo me interessei. Mas não sei porque, a leitura custou a engrenar. Fui ter certeza de querer lê-lo lá pela página 67, meio tarde. Já abandonei livros bem antes disso.
Outra coisa que me incomodou foi o uso de algumas expressões estranhas. Como não tenho nenhum conhecimento do idioma alemão, não posso dizer o que houve.
Achei muito esquisito um oficial do exército nazista perguntando "Qual é o babado?" para um judeu. "Branquinha", "pinga", "deixa de onda" foram outras expressões que ficaram deslocadas no texto.
Tirando isso, o livro é muito bom, retrata de forma aguda o cotidiano de um gueto, e tem trechos apesar de tudo engraçadíssimos, mostrando como eles mantinham o bom humor em situações bem próximas ao desespero.
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