sábado, 29 de junho de 2013

As paixões de Singer

De todos os livros que eu comprei no Rio, o que mais me empolgou e continua empolgando, já que nem terminei de ler, foi o Obsessões e Outras Histórias, do bom e velho Bashevis Singer.

Publicado originalmente com o título Passions and Others Stories, ele é um apanhado de contos (até agora, os melhores) de um dos melhores da arte. Entremeado de trechos (aparentemente, vai saber) autobiográficos e puro lirismo, sem cair na pieguice, Singer nos leva a um fantástico mundo de fantasmas, beleza, morte  e desilusão.

Suas histórias se passam desde a (às vezes nem tanto) moderna Nova York até a Varsóvia de antes da guerra, passando por Lisboa, pequenos shtetls no interior da Polônia e outros lugares não nomeados.

O destaque vai para o conto 'A admiradora', que poderia muito bem ser adaptado para um episódio de Curb Your Enthusiasm, do excelente e também judeu Larry David.

Outras histórias dignas de nota são 'A feiticeira' e 'Sam Palka e David Vishkover'.

Se as histórias (supostamente) autobiográficas são reais, o Sr. Singer era um grande pegador, mesmo que já avançado em idade. Vai saber...


segunda-feira, 17 de junho de 2013

O Silêncio do Túmulo

Depois de ler Stieg Larsson, abri os olhos (e a estante) para os autores nórdicos. A mais nova descoberta foi o autor Arnaldur Indriðason (Não faço idéia de como se pronuncia, então vai Indridason mesmo).

Islandês de Reykjavik, Arnaldur é graduado em história, trabalhou como jornalista, escritor freelancer e foi crítico de cinema até 2001.

Seu primeiro livro, que também é o primeiro com o detetive Erlendur, Synir duftsins ou Filhos do Pó, que não ainda tem tradução para o português, foi publicado em 1997. Com A Cidade dos Vidros ele ganhou seu primeiro Glass Key Award e com O Silêncio do Túmulo ele ganhou um Glass Key e um Gold Dagger Award.

O Silêncio... foi minha porta de entrada ao frio mundo de Arnaldur.

Um esqueleto é encontrado em um canteiro de obras em um subúrbio da capital islandesa. Quase de pé, o que sugere que a pessoa tenha sido enterrada viva, é o estopim para acender a trama. Quem foi enterrado ali? Porque? Por quem?

Com diversas possíveis vítimas e quase nenhum suspeito, o detetive Erlendur e sua equipe se envolvem nessa ingrata missão, para desvendar um crime do passado, do qual provavelmente nenhum dos envolvidos esteja vivo.

Diferentemente do detetive de Lars Kepler, Erlendur é muito bem caracterizado, com seus dramas e dúvidas pesando a cada passo, de uma forma que faz o leitor se importar com o protagonista, o que definitivamente não acontece com Joona Linna.

Com uma trama engenhosa, entrecruzando duas linhas de tempo, O Silêncio do Túmulo é diversão garantida, conseguindo prender a atenção de forma permanente. Um verdadeiro pageturner.

O próximo livro dele à ir para a estante será a Cidade dos Vidros. Só resta saber quando. Isso faz parte do suspense.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Lendo no ônibus



Esse sou eu.
Vocês não tem idéia do sofrimento que é fazer uma viagem de ônibus sem um livro à mão.

Achado na página do Lombadas Sebo Virtual.
Vou ver se compro algo lá.

domingo, 2 de junho de 2013

Sebos na Tiradentes e arredores

Rio. Praça Tiradentes. Um monte de livros em volta. E claro, diversão garantida e muitas dúvidas sobre o que levar e o que deixar por lá.

Resultado do saque.

Livraria Marins. Sebo simpático, com cara de biblioteca de escola. Arrumadinho e bem limpo. Achei muitas coisas lá. A Fábula, do Faulkner, que deixei lá por conta da capa descolando. E o Infância de Gorki, que deixei lá não sei porque.

Lá vi uma biografia do Sartre, um calhamaço bem caro (70 reais), que lá ficou e uma coleção de 8 volumes do Alexandre Dumas, de 1967 por 700 reais que a menos que aconteça algo muito fora do comum, não virá para a minha biblioteca.

De lá trouxe Almas Mortas de Tolstói e um livrinho do Garfield de 1981, coisa linda, para o Attila. Tinha muito mais coisas, mas o tempo era curto. Merda.

O outro foi o Academia do Saber, na rua Luiz de Camões. Tem outro na Constituição e mais um na Avenida Passos.

Logo que você chega, é saudado por uma muralha de Westeros. Só que ela não é feita de gelo. Não sei porque está lá, mas aquela pilha tem fácil uns 3000 livros.

Fora o resto, todas as paredes lotadas, as estantes menores no meio do salão. E o segundo andar. Ali sim temos livros. Atrás das transbordantes prateleiras, temos livros empilhados horizontalmente. Uma farra.

Lá eu fiz um massacre nos livros do Isaac Bashevis Singer. Só sobrou lá o ótimo Breve Sexta-Feira, que tenho e já li. Também , com 20% de desconto na compra de 5 livros à vista ou no débito, ficou sussa. Além deles, trouxe o Homem que via o trem passar, do Georges Simenon, que já estava querendo há algum tempo.

Muito legal, mas demanda tempo ficar garimpando entre aquelas relíquias.

Sei que existem duas desgraças para o homem. Uma é aquela do Faulkner, que a única coisa que o homem pode fazer 8 horas por dia é trabalhar. E a outra é do Frank Zappa, do "so many books, so little time".