Pra quê? Ainda tenho livros para duas semanas. Leio devagar, até lá penso no que vou querer. Estava pensando em alguma coisa do Faulkner, tipo 'Os Invencidos' ou Sartre... "E arriscar? Lembra daquele fim de semana em que você ficou sem nenhum livro?"
Mas não era só pra olhar? Que papo é esse? "Claro que é só pra olhar. Mas..."
John Bookworm é a contraparte literária do John Barleycorn. Em vez de te encher de cachaça e largar na sarjeta mais próxima vomitando as tripas, ele lota suas prateleiras de livros e te larga sem dinheiro para comer. É ele que faz os seus pés se dirigirem automaticamente para a livraria mais próxima, por mais que você esteja com fome e o churrasco de gato da esquina esteja com um cheiro bom dos infernos. Ele já me fez gastar 3 dos meus últimos 5 reais no livro "A Máquina Fantástica".
Ele inspirou aquela frase muito maneira do Erasmo de Rotterdam, e preside a todos os tsundoku cometidos pelo mundo afora. Tsundoku é uma espécie de seppuku, só que em vez da barriga com uma faca, você abre um rombo no orçamento.
Quando tenho pouco dinheiro, compro livros. Quando tenho um pouco mais, compro comida e roupas.
Erasmo de Rotterdam
Vencido pelos argumentos sólidos de Bookworm fui a livraria. Só pra olhar. Mas chegando lá, achei dois volumes. Catástrofes (nem tanto) naturais, da Patrícia "Ripley" Highsmith e Eu servi o Rei da Inglaterra de Bohumil(?) Hrabal(???).
"Catástrofes..." são 10 contos que ocorrem fora do policial noir, habitat de Highsmith. Se focando nos crimes sociais, são respingantemente recheados do humor negro da minha escritora favorita.
Já "Eu servi..." conta a história de um
Voltei pra casa, feliz e com a carteira um pouco mais leve.
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